terça-feira, 13 de novembro de 2007

ESPANHA I

Precisarei abrir três posts-parênteses para falar da Espanha, pais onde passei cinco dias nas ferias do feriado de Todos os Santos.

Falei portunhol todo o tempo e fui mais ou menos compreendida. Dificil lembrar do espanhol quando se esta com outra lingua na cabeça. Mas, ao menos, tentei.

Cheguei na capital, Madrid, a noite, e, logo na saida do aeroporto, me deparei com uma grande estatua de Bottero para me lembrar onde estava pisando: em um dos paises mais proximos da historia e do modo de vida brasileiro e onde reside 1/3 das minhas raizes familiares.

Rumei direto para Burgos, uma antiga cidade medieval de 200 mil habitantes que até hoje é um importante centro de defesa espanhol (é possivel ver um grande campo de treinamento para os soldados do exército ao ar livre). O seu centro é pequeno e charmoso e concentra grandes lojas de marcas famosas, como Zara, e uma bela catedral gotica, considerada patrimônio da humanidade. Dois rios cortam toda sua extensao e, as suas margens, ha um grande parque arborizado com pistas de corrida e para bicicletas, além de lugares de descanso.

Na arquitetura, nada das altas e historicas casas francesas. Somente apartamentos em predios modernos de cinco a dez andares, pois o metro quadrado é caro. A cidade, como antigo centro de defesa, preservou as habitaçoes na montanha, em cujo topo ainda existem as ruinas de seu castelo e de onde se pode ter uma visao panoramica de toda a cidade, que é rodeada por plantaçoes e pelo campo.

As casas dos mais idosos e até os proprios prédios conservam uma decoraçao mais pesada e antiga, que inspiram um certo saudosismo e conservadorismo que reflete nas roupas dos habitantes. A boina e quase um item indispensavel para o homem espanhol. Todos sao, em geral, classicos e elegantes e até as crianças se vestem como os adultos. E certo que Burgos pode ser considerada uma cidade pequena, do interior, e essa caracteristica nao pode ser tao evidente em Madrid. Mas tive a chance de comparar e, até na capital, vemos ainda os uniformes escolares sobrios com saias rodadas xadrez, oculos de sol e capotes de cores fortes, mas sempre sobrias.

Logo pude também constatar o fato da proximidade do carater espanhol e brasileiro nas boas vindas calorosa e cheias de risadas e brincadeiras de uma familia espanhola, algo do qual sinto falta na França. Eles falam e discutem alto e se expressam todos ao mesmo tempo. Logicamente, o humor de uma grande cidade nunca é o mesmo e os habitantes de Paris, Madrid e Sao Paulo parecem conter todos o mesmo estresse fisico e psicologico.

Nenhum comentário: