domingo, 28 de outubro de 2007

A CAPITAL II


Estava com passagens de trem para Vernon, para ver o jardim de Monet em Giverny, em maos e acordei bem cedo para ir ate a Gare Saint Lazare, mas a greve anulou o trem. Apenas mudei de dia e vi os montes de adolescentes britanicos, pintados e com bandeiras, dormindo no chao com o gosto da derrota da noite anterior. Pensei que minha raiva nao era pior que a deles e me senti melhor.

Rumei direto para a Praca da Concordia. Com a luz ensolarada da manha de domingo batendo em sua fonte e o imponente obelisco, um presente pelos egipcios, poucos carros na rua e quase completamente sozinha nao fosse alguns turistas japoneses, percebi que qualquer tempo a mais que se perde em Paris vale a pena. 

Aproveitei e caminhei ate o Arco do Triunfo, onde vi as homenagens aos mortos na guerra, com flores e condecoracoes. No monumento, o nome das cidades francesas e de paises aliados que lutaram juntas. E, no chao, inscricoes lembram as diversas guerras que o pais ja enfrentou. 

Depoi, me perdi novamente pelas ruas ate a Torre Eiffel. Trombei com livros de arte pela metade do preco, vendidos na rua; pequenas e charmosas pracas, padarias e lojas luxuosas e muitos cachorros. Ate que cheguei em uma das regioes empresariais da cidade, com grandes predios comerciais e uma bela vista do monumento de uma ponte. 

Descansei da longa caminhada nos belos jardins na beira do Sena e vi gente do mundo inteiro na fila de 45 minutos para subir nos elevadores da torre. Nesses dois dias me deparei com muitos brasileiros, um deles, obra do destino, me pediram em portugues para tirar foto sem ao menos saberem que lingua eu falava. 

Fui ate o terceiro e ultimo andar. Pequeno, dele podemos ver os tracos da cidade com mais precisao, ha um mapa panoramicos que localiza monumentos e uma curiosa lista de distancia da torre com relacao a diversas capitais do mundo.

Depois,o extenso Campo de Marte logo em frente pediu para praticar uma pelouse, o habito de sentar ou deitar na grama, e comer salsicha com fritas. 

A saida da cidade, assim como a entrada, tambem foi dramatica. Para ir ate o norte tive que pegar um trem, ainda em greve. Para piorar, passei uma estacao e, ao voltar, ouvi que o metro estava atrasado porque havia uma pessoa na via. Fiquei uma hora para chegar na regiao norte e peguei o trem lotado e recheado de pessoas mal humoradas, assim como todas que encontrei ao comprar algo. 

Matei as saudades de Sao Paulo com mais beleza e cultura, e certo. Mas percebi que as metropoles parecem estar cada vez mais sufocadas. A tendencia e piorar?

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